A vez dos homens no ballet

Ariane Freitas

Foto: reprodução
O ballet clássico foi considerado durante muito tempo uma arte estritamente feminina e aqueles poucos homens que se arriscavam na arte da dança eram olhados com preconceito. Essa história ainda não mudou completamente mas, aos poucos, os homens vem conquistando o seu espaço e provando que o ballet não tem restrição de idade, cor e nem sexo. Raony de 20 anos, estuda publicidade e propaganda e é bailarino profissional desde 2009.  Quando questionado se já sofreu algum tipo de preconceito, ele diz que nunca o agrediram fisicamente nem verbalmente mas que sabe que as pessoas o olhavam de forma estranha e que falavam pelas suas costas. E mesmo hoje, algumas pessoas ainda estranham quando ele diz que é bailarino e heterossexual. Mas que, desde o momento em que ele decidiu que era isso que ele queria para sua vida, ele sabia que precisaria se impor para que não fosse alvo de piadas e para que as pessoas o vissem com respeito. A maior dificuldade, segundo ele, é encontrar uma namorada que não seja bailarina, ele diz que isso é quase impossível pois, geralmente as garotas que não são do ballet, não conseguem enxergar isso como uma profissão e no fundo, nem todas gostam de ver seus namorados no palco.
 
O número de bailarinos homens vêm crescendo a cada dia no Brasil mas, mesmo assim, o número ainda é muito pequeno se comparado as bailarinas mulheres. Por esse motivo, para os homens, é uma área muito promissora artística e financeiramente. Como faltam bailarinos, as companhias costumam contratar bailarinos que não são de sua companhia para dançar com as bailarinas em competições, apresentações de final de ano, etc. Raony é um desses bailarinos, ele trabalha apenas como bailarino e consegue se manter apenas com esse dinheiro. Ele dança pela companhia EDAP, pela Cia Ballet de Cegos e também por outras companhias que o chamam para trabalhos esporádicos.
 
Para ele, o problema atualmente não é nem em relação ao homem no ballet e sim, a falta de investimento em cultura no Brasil. Tanto bailarinas como bailarinos acabam desacreditados em seguir carreira aqui no Brasil por conta desta falta de investimento e por isso, acabam procurando companhias no exterior onde possam viver seu sonho. O que pra ele, é pena. Sua vontade é que o Brasil tivesse espaço para que esses artistas não precisassem sair do país para serem reconhecidos.


VALE A PENA ASSISTIR Billy Elliot (1999).

Para aqueles que querem ver um pouco mais sobre a realidade de um homem que luta para ser reconhecido como bailarino, vale a pena assistir ao filme Billy Elliot. Esse filme é conta a história de um menino de 11 anos que vive em uma pequena cidade da Inglaterra. Billy era obrigado por seu pai a lutar boxe mas, sua paixão realmente era o ballet. Incentivado por sua professora que percebe que ele possui um talento nato, Billy resolve lutar contra tudo e todos para realizar seu sonho.
Foto: Reprodução internet

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